domingo, 14 de dezembro de 2025

GRUPO CULTURAL CABOCLO

O Grupo Cultural Caboclo tem sua origem nas atividades artísticas e poéticas do saudoso Poeta Bio Caboclo, mestre popular reconhecido por sua atuação na viola, no maracatu e, sobretudo, no coco de roda, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Ainda de forma orgânica e familiar, suas expressões culturais passaram a envolver os filhos, que o acompanhavam nas apresentações, vivências e celebrações populares, dando início à formação do grupo.

Com o passar do tempo, essa união entre pai e filhos consolidou-se como um coletivo cultural estruturado, que passou a atuar de maneira contínua na preservação, difusão e renovação das tradições populares. Em 2006, o grupo realizou sua primeira gravação de maracatu, já contando com a participação efetiva dos filhos do mestre. A partir desse marco, o Grupo Cultural Caboclo intensificou sua produção artística, registrando em CDs os ritmos do maracatu, do coco de roda e da viola, fortalecendo sua identidade musical e ampliando seu alcance.

Desde 2017, o grupo passou a incorporar também a linguagem da ciranda, implementada por Josivaldo Caboclo, enriquecendo ainda mais o repertório e o diálogo com outras expressões da cultura popular pernambucana. Em 2022, com o falecimento do Mestre fundador, Poeta Bio Caboclo, seus filhos assumiram plenamente a responsabilidade de dar continuidade à obra cultural construída ao longo de décadas, mantendo vivos os saberes, os ritmos e a poesia herdados. Atualmente, o grupo é formado por filhos e netos do mestre, reafirmando seu caráter familiar e intergeracional.

Há mais de 30 anos, o Grupo Cultural Caboclo promove e difunde a arte do coco de roda, do maracatu e da viola na Zona da Mata de Pernambuco, desempenhando papel fundamental no fortalecimento da identidade cultural da região. Entre suas principais contribuições, destaca-se o trabalho contínuo com o coco de roda, ritmo que assume protagonismo durante o período junino, sendo amplamente executado e celebrado nas comunidades locais.

Com mais de 15 trabalhos fonográficos de coco de roda gravados, 04 de Maracatu rural, 03 de Viola nordestina e 02 de Ciranda, a família Caboclo tem sido responsável por revitalizar e disseminar a cultura regional entre diferentes gerações, garantindo sua permanência e relevância no cenário cultural contemporâneo.

A atuação da família Caboclo, em especial do Mestre Bio Caboclo, aliada à dedicação e colaboração de artistas e mestres locais, contribuiu decisivamente para que o município de Lagoa de Itaenga se tornasse A Capital Estadual do Coco de Roda, ALEPE, lei 15.389 de 13 de outubro de 2014, além instituir uma programação exclusiva dedicada ao coco de roda durante os festejos juninos nos dias de São João e São Pedro, além das manifestações que antecedem e sucedem o evento principal, promovidas nas comunidades.

Além de sua forte atuação em Lagoa de Itaenga, o Grupo Cultural Caboclo também vem disseminando e fortalecendo a cultura do coco de roda em municípios vizinhos, como Feira Nova, Carpina, Glória do Goitá e Chã de Alegria, integrando, na programação oficial dos festejos juninos.

Ao longo de sua trajetória, o grupo participou de importantes eventos culturais em âmbito nacional, entre os quais destacam-se: a 3ª Mostra Brasil – “Brasil de Todas as Cores” (2010), no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro; o Encontro das Diversidades, realizado no Arco da Lapa (2010), também no Rio de Janeiro; o 9º FIL – Festival Internacional de Linguagens (2011), no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro; e edições do Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco.

Atualmente, o Grupo Cultural Caboclo atua com as linguagens do coco de roda, ciranda, maracatu e viola, realizando apresentações artísticas, eventos festivos e ações formativas, reafirmando seu compromisso com a salvaguarda e a transmissão dos saberes da cultura popular.

Os principais mestres em atuação no grupo são Josivaldo Caboclo, Josuel Caboclo e Josenildo Caboclo, filhos do Poeta Bio Caboclo, e Lego Caboclo, neto do mestre fundador, garantindo a continuidade de um legado cultural profundamente enraizado na tradição e na vivência comunitária. Além do trabalho em grupo, cada mestre possui carreira solo.

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